História Banco Totta & Açores
Artigo sobre a História Banco Totta & Açores
O surgimento do Banco Totta & Açores (BTA) aconteceu na sequência das fusões de entidades financeiras ocorridas entre 1950 e 1980. No caso concreto desta instituição, a incorporação do Banco Totta-Aliança e Lisboa com o Banco dos Açores, duas empresas que à data da união se encontravam na liderança do sector em Portugal.
Nascida inicialmente no seio da Companhia União Fabril (CUF), a instituição manteve-se sob a alçada desta última até às nacionalizações operadas em virtude da conturbada situação económica e política nacional de 1975. Apenas 13 anos mais tarde viria a ser novamente alterada a sua gestão, desta vez em consequência do movimento geral de capitalização ao abrigo do Plano de Reprivatizações das Empresas Públicas.
Após o início da abertura aos investidores privados, o BTA foi “inundado” com várias propostas de interessados, algo que se concretizou finalmente na década de 90. Sob o domínio de uma nova gestão interna, o Banesto adquiriu directa e indirectamente 50 por cento das obrigações bolsistas do Totta. Com efeito, a Mundial Confiança e o Banco Pinto e Sotto Mayor (BPSM) passaram desde 1995 a deter no Banco Totta & Açores uma participação superior a metade das suas cotas absolutas.
Alterações finais resultam em fusão
O período de incerteza que assolou o BTA nos anos seguintes à sua nacionalização reduziu substancialmente o poder da entidade bancária, cuja venda final se concretizou já em 1997, na sequência ausência acentuada de actividade. As contas não estavam no seu melhor, e embora nunca tenha sido oficialmente admitido, esse factor terá sido determinante para a sua transacção posterior para o grupo Santander.
A venda do Banco Totta & Açores teve lugar precisamente nesse ano, por iniciativa de António Champalimaud, accionista maioritário que aprovou o negócio onde se incluiu a venda da totalidade do grupo Mundial Confiança, no qual tinha sido recentemente incorporado o BTA. Numa única acção, o Santander comprou assim o Totta e Açores, Banco Chemical Finance e Crédito Predial Português, instituições que constituíam um núcleo duro há muito solidamente instalado no sector financeiro nacional.
O plano de compra realizado pelo gigantesco grupo espanhol não foi, contudo, inocente. Essa mesma intenção veio-se a confirmar mais tarde com a proposta da Caixa Geral de Depósitos, à qual foi vendida, em duas fases e a títulos valorizados, o grupo Mundial Confiança, entretanto integrado na empresa detida pelo Estado português.
