Teoria das relações humanas | Escola Humanística
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A escola humanística, surgiu nos Estados Unidos, para responder à necessidade de humanizar e democratizar a empresa. O desenvolvimento da psicologia e da Sociologia e as suas constantes aplicações ao mundo do trabalho apresentaram uma nova perspectiva acerca do comportamento humano e das suas motivações.
Esta escola teve também como base uma experiência muito célebre, conhecida pela experiência de Hawthorne.
Esta experiência pôs em causa o principio da teoria clássica que afirmava que a produtividade dependia somente de factores objectivos, como seja a iluminação da sala onde o operário trabalhava.
A experiência de Hawthorne desenvolveu-se numa série de fases e foi conduzida por Elton Mayo (1880-1949), pesquisador social, australiano. Esta experiência realizou-se em 1927 numa fábrica, em Chicago, no bairro de Hawthorne, na Western Electrica Company.
Mayo escolheu dois grupos de operários que desempenhavam as mesmas tarefas. Um trabalhou sob a intensidade da luz variável e outro – o grupo controlo – trabalhou sob intensidade constante.
O objectivo desta experiência era conhecer o efeito da iluminação sobre a produtividade dos operários. O que se verificou, foi que não existia uma correlação entre a intensidade da luz e a produtividade mas que nesta, interferiam outras variáveis de carácter psicológico.
Verificou-se que os trabalhadores aumentavam a sua produção quando supunham que a intensidade da luz aumentava e reduziam a produtividade, quando supunham que ela diminuía.
Esta hipótese foi comprovada. De facto, no local onde trabalhava o grupo de controlo, foram mudadas as lâmpadas e trocadas por outras de igual potência, mas supondo eles, os operários, que estas, de facto, tinham maior intensidade. O nível de rendimento dos operários aumentava de acordo com o aumento da luminosidade que os operários supunham que existia, mas que realmente não existia.
Esta experiência permitiu reconhecer a importância dos factores Psicológicos no desempenho da tarefa.
Concluiu-se que:
- O nível de produção não é somente determinado pelas capacidades físicas e pelo treino e especialização do operário, mas também por factores psicológicos, nomeadamente pela expectativa.
- O trabalhador possui a capacidade social de estabelecer o seu próprio nível de competência e de eficiência, não dependendo este, somente, da sua capacidade de executar correctamente e com precisão os movimentos.
- A integração do indivíduo num grupo de trabalho aumenta a disposição do grupo, e do indivíduo, para produzir.
- O trabalho aumenta de qualidade e em quantidade se o operário estiver integrado socialmente, na empresa.
- O comportamento do indivíduo é influenciado pelo comportamento do grupo e, se este estabelece altos padrões de desempenho, o desempenho, o indivíduo comporta-se nesse sentido.
De acordo com Mayo, não é o dinheiro a principal motivação para o desempenho do operário. As pessoas são motivadas a trabalhar para se sentirem reconhecidas pelo seu desempenho, para terem aprovação social e participarem nas actividades dos grupos sociais onde se inserem.
A teoria das relações humanas enfatiza as relações informais dentro da empresa, ao contrário da teoria clássica, que acentuava somente o aspecto formal da organização.
As relações informais têm a ver com o comportamento social dos empregados, as suas crenças, os seus valores e o modo como comunicam entre si. Na empresa, as pessoas estabelecem relações entre si, independentemente das relações formais de trabalho.
A teoria das relações humanas dedicou o seu estudo às interacções dentro da empresa, onde as pessoas e os grupos desenvolvem acções e atitudes significativas.
Esta teoria salienta os seguintes aspectos:
- Cada indivíduo é uma identidade que influencia o comportamento dos outros, sofrendo, simultaneamente a influência destes.
- Cada indivíduo procura ajustar-se aos outros, ser bem aceite e compreendido pelo grupo e nele participar.
- O conteúdo e a natureza do trabalho influenciam o trabalhador, de tal modo que os trabalhos especializados, monótonos e repetitivos.
No próximo artigo falaremos também sobre a importância dos “strokes” (toques) nas relações interpessoais.