Poupar nos impostos pode ser fácil.
Saiba como poupar nos impostos de forma totalmente legal. Este é um dos artigos mais populares do blog
Saber como se pode poupar nos impostos e reduzir a carga fiscal que recai sobre cada um de nós é uma boa forma de usufruir de mais e melhor. A ideia é pagar menos impostos sem fugir ao fisco. Existem formas totalmente legais de pagar menos impostos, basta conhecer as leis que regulamentam os impostos, mesmo que esse conhecimento seja de uma forma superficial.
A ideia não é deixar de pagar impostos, mas sim reduzir o valor a pagar.
Se antigamente existiam diversos benefícios fiscais que aliviavam a carga fiscal sobre os contribuintes, estes serão cada vez menores o mesmo acontecendo com as despesas aceites fiscalmente para reduzir as contribuições de cada um. Pela via do IRS é complicado nos dias de hoje realizar grandes poupanças fiscais de forma simples, se bem que existem sempre formas de contornar quase tudo.
O ideal é ter uma empresa
Este artigo tem como objectivo demostrar que se pode poupar bastante se formos proprietários (sócios) de uma empresa. Através de uma sociedade comercial, pode poupar-se imenso, contudo para poder usufruir destas vantagens, a empresa terá de ser rentável, pois caso contrário estará condenada ao fracasso. Existem muitas empresas que ficam insolventes, por abusarem das estratégias para poupar no âmbito pessoal. Conheça as principais vantagens de criar uma empresa.
Não serão necessárias offshores para reduzir a carga fiscal, basta utilizar uma sociedade unipessoal para poder usufruir de diversas facilidades.
Temos de considerar que todas as pessoas podem possuir empresas, mesmo que sejam trabalhadores por conta de outrem, pois não são incompatíveis. Contudo, antes de criar uma empresa é necessário desenvolver uma ideia de negócio com boas probabilidades de sobreviver, que seja sustentável e que requeira baixo investimento inicial. Se bem que para quem possua património com alguma dimensão sai beneficiado.
Os custos para ter acesso a este conjunto de benefícios são reduzidos, podemos considerar o mínimo e que se resume ao custo da avença com um Técnico Oficial de Contas, sendo de cerca de 1800 + IVA.
Sendo a Fiscalidade um tema complexo onde existem muitos aspectos a considerar, terei de ser algo generalista, mas o mais importante é passar a ideia das formas que podem ser utilizadas para reduzir a carga fiscal.
Como poupar no IRS?
A primeira ideia é reduzir os rendimentos. Calma, este artigo está ainda no princípio, por favor leia até ao final :-)
Se os rendimentos forem menores a carga fiscal será também menor. Esta dica é bastante óbvia. Seja para IRS ou IRC, poderá até nem fazer sentido se as pessoas recebem valores baixos, mas se pelo contrário as remunerações forem elevadas, existem diversas formas de compor os rendimentos por forma a ser tributado apenas pelo que queremos. Criar uma empresa unipessoal é uma dessas formas, deixo a explicação para mais tarde.
Depois de levantar um pouco o véu, importa enunciar 2 conceitos muito, muito importantes. Para uma boa gestão do património pessoal e dos rendimentos que se usufruem, importa conhecê-los. São eles a dicotomia Finanças pessoais/finanças empresariais. É necessário também possuir uma mente aberta para tirar partido destes conceitos, as pessoas mais ricas do mundo, compreendem e utilizam destes benefícios.
Finanças pessoais – Foro pessoal – Pessoa Singular
Os rendimentos que entram na esfera pessoal são tributados através de IRS (Imposto sobre o Rendimento de pessoas Singulares), com taxas crescentes. Quando mais se aufere mais se paga.
Finanças empresariais – Contabilidade organizada – Pessoa Colectiva
Os rendimentos provenientes de actividades comerciais, industriais são tributadas através de IRC (Imposto sobre o Rendimento de pessoas Colectivas). A taxa situa-se em torno dos 28%, pois inclui a Derrama (imposto municipal sobre o lucro tributável das empresas).
O ponto chave
Perceber as diferenças entre ser tributado através de IRS ou de IRC é fundamental.
- O IRS incide sobre todos os rendimentos (“o dinheiro que se recebe”)
- O IRC incide sobre o lucro (“o dinheiro que sobra”)
No caso da pessoa singular, não interessa se gastou o dinheiro ou se o investiu, a partir do momento que entra na esfera pessoal está automaticamente sujeito a imposto. Poupe muito ou poupe pouco, o imposto a pagar será sensivelmente o mesmo. Pois este é-lhe tributado à entrada.
No caso da pessoa colectiva, o imposto recaí sobre o lucro tributável. Assim quanto mais gastar, ou dito de outra forma, quanto mais despesas tiver, menos impostos pagará. As despesas reduzem os resultados financeiros. O lucro ou resultados dos exercício são apurados genericamente através da expressão: (Proveitos – Custos). O lucro é o que sobra, é uma diferença. É-lhe tributado à saída.
Lucro tributável incluí exclusões para despesas não aceites fiscalmente. O imposto a pagar pode ser agravado através da tributação autónoma, caso dos automóveis.
No artigo, está a pensar criar uma empresa, cuidado dei o exemplo do valor que chega ao sócio através da distribuição de lucros, ou seja, 52 %. Se o dinheiro ficar “dentro” da empresa não se paga IRS. Ou seja, poupança total em fonte de IRS. Esta é a 1º ideia.
A tributação de depósitos a prazo, a taxa liberatória (neste momento 28%), esta taxa incide por exemplo sobre os rendimentos de depósitos a prazo (juros) e mais valias bolsistas. Estes valores podem ser deduzidos em fonte de IRC. Esta é a 2ª ideia.
É fácil perceber que quando se enviam despesas do foro pessoal para uma empresa ocorrem poupanças. Tudo legalmente, por exemplo, bens que podem ter utilização profissional e pessoal, como automóveis, motos, telemóveis, computadores, etc. Esta é a 3 ª ideia.
Exemplo para compra de um iPhone
Se for a empresa a comprar paga sensivelmente 600 euros e ainda deduz o IVA, fica por menos de 500 Euros, se pretender comprar este telemóvel para uso pessoal com recurso à distribuição de resultados, a empresa terá de ter 1200 Euros de lucro para chegue 600 Euros às mãos do sócio. Se o telemóvel é da empresa, terá de ser esta a pagar as chamadas e ainda deduz o IVA :-)
Quando a utilização profissional se mistura com a utilização particular, ganha-se mesmo.
Compra de um automóvel
A compra de automóveis através de empresas não é nada de novo, é até bastante utilizado, mas importa reforçar um pouco esta vantagem. Quando se compra um carro através de uma sociedade comercial, o valor de aquisição pode ser amortizado como um custo, em caso de veículos comerciais também se poderá deduzir o IVA. A desvalorização e manutenção está a cargo da empresa, tal como todas as despesas associadas a este.
Para reflectir, quando um particular compra um automóvel novo, utiliza “dinheiro” que já pagou imposto (IRS), ou seja, o custo de um carro por este prisma é ainda mais elevado (qual o rendimento que foi necessário ter?). O pior é que ao fim de alguns anos e por força da desvalorização, o automóvel vale pouco mais do que nada.
A ideia a reter é que os lucros das empresas não devem ser distribuídos. Devem ficar dentro da empresa, serem investidos e utilizados. Podem até ser aplicados em depósitos a prazo. (se a empresa é nossa, tudo o que a empresa tiver também é nosso). Mas é muito diferente, ter que pagar pneus novos para um carro ou ser a minha empresa a fazer esse pagamento. Uma coisa é pagar com dinheiro que já pagou impostos outra é pagar e deduzir esse custo aos impostos ;-)
Então para comprar qualquer coisa é bom que seja uma empresa a fazê-lo, paga-a e fica com o risco. A empresa é a proprietária do bem, mas quem a utiliza são as pessoas. Um artigo que fala sobre este tema: possui ou usufruir
Warren buffett é que sabe
O mestre do investimento em acções há muito que defende que apenas investe em empresas que distribuem generosos dividendos, contudo a sua empresa nunca distribuiu dividendos. A dupla tributação dos resultados, é uma das principais razões. A outra razão é que acredita que consegue investir melhor do que os accionistas da sua empresa.
Para concluir, é fácil poupar nos impostos, mas só para quem já tem dinheiro e para quem é detentor de empresa ou de empresas. Por exemplo, sendo conhecedor de todas estas vantagens ainda não foi oportuno constituir a minha própria empresa. Mas já faltou mais :-)