Porque muitos portugueses tem perfil de investidor conservador
Artigo sobre o perfil de investimento mais comum em Portugal. Motivos porque os portugueses são conservadores em relação a investimentos e negócios
O facto de haver muitos portugueses avessos totalmente ao risco sendo por isso enquadrado no perfil de investidor conservador. Na minha opinião está muito relacionado com o passado recente. Mais propriamente com as nacionalizações do 25 de Abril de 1974. Mas também existem razões nas experiências passadas de investimentos falhados. Por falta de conhecimentos financeiros ou simplesmente por aconselhamento financeiro desastroso.
Para se ganhar dinheiro temos de arriscar o dinheiro(expor as poupanças ao risco), por isso é importante percebermos por que temos este perfil e não outro.
Razões históricas
O 25 de Abril trouxe liberdade de expressão para os portugueses e liberou-nos das guerras do ultramar, libertando as colónias portuguesas, foi o fim da ditadura. Mas o pior foi a onda de nacionalizações aplicada pelo novo regime (democrático) onde não só as grandes fortunas foram afectadas!
Assim os detentores de títulos de bolsa, accionistas da bolsa portuguesa, perderam as suas poupanças, e este facto que afectou e ainda afecta essas famílias. Os filhos (conheço 2) de pessoas que perdem dinheiro na bolsa nessa altura, são agora extremamente conservadores.
Experiências e investimentos falhados
Com as múltiplas possibilidades que existem já há alguns anos para investir poupanças e assim multiplicar o dinheiro, as pessoas foram aplicando os seus capitais em diversas áreas e para os muitos níveis de risco.
Perdas da bolsa afastam investidores bem como as perdas com fundos de investimento, negócios empresariais falhados e burlas relacionadas com investimentos.
Muitas entidades tentam captar esses recursos, contudo nem todas são credíveis ou responsáveis, veja-se o caso Madoff, os Selos da Afinsa ou até o caso do BPN.
Conhecimento e aconselhamento financeiro errado
Aplicar dinheiro não é difícil, aplicá-lo com o real conhecimento do que representa essa operação já é mais complicado. Saber os riscos associados a cada tipo de investimento é fundamental. Para não cair na tentação dos diversos agentes receptores de poupança que a canalizam para produtos que constam no seu mapa de objectivos mensais e que nada têm a ver com os interesses do clientes e o seu perfil. Neste capítulo, existe cada vez mais conhecimento por parte dos portugueses. Mas ainda não o suficiente, também foi bem vinda a regulamentação que protege, de alguma forma, os investidores com menores conhecimentos. Estou-me a referir à DIMF-Directiva dos Mercados de Instrumentos financeiros.
Conhecimento adquire-se com o tempo
É verdade que vamos aprendendo com tempo, o que origina que com a idade tenhamos mais apetite pelo risco, o que deveria ser precisamente ao contrário, pois o ideal é arriscar e ganhar em novo e no futuro conservar ao máximo o património.
Alguns artigos que considero interessantes e que podem ajudar a ter ideias para os seus investimentos, e quem sabe alterar o seu perfil financeiro.
Investir é expor as poupanças ao risco, quanto maior for o risco maior será a rendibilidade potencial. Contudo mesmo em perfis de investimento mais arrojados ou agressivos, nunca se deixa de ter em mente a percepção desses riscos, pois ninguém gosta de perder dinheiro.
