História e evolução do cheque bancário
Artigo explicativo sobre a história e evolução dos cheques bancários
Bastante popular antes do advento dos cartões de crédito mas ainda assim importante nos dias de hoje. O cheque é uma ancestral forma de pagamento cujo percurso remontará a 352 a. C. ou, segundo o que igualmente se defende, entre 1118 e 1307. Esta controvérsia não teve até à data nenhuma conclusão unânime devido à falta de elementos para corroborar uma ou outra posição de forma inequívoca, levando a que exista uma dúvida se o nome “cheque” terá sido inventado pelos romanos ou pela Ordem dos Templários, incerteza que por sua vez torna impossível fixar o seu trajecto histórico, também referido como tendo sido encetado na Idade Média pelos senhores feudais.
Proveniência da palavra cheque
De acordo com historiadores diferentes a denominação “cheque” poderá ter resultado da palavra francesa “echequier” (échiquier: tabuleiro de xadrez) ou da inglesa “check” (conferir, verificar). Curiosamente são os ingleses que atribuem a génese do vocábulo ao francês, argumentando que terá nascido da associação às mesas semelhantes a tabuleiros de xadrez então utilizadas nos bancos, enquanto os franceses alegam como inglês o idioma de que terá sido oriunda a inspiração para a qualificação de “cheque”.
A origem (provável) do cheque
Uma das mais fortes posições sustenta que terá sido durante o período da Idade Média que o cheque surgiu como forma de pagamento. A tese refere que os senhores feudais necessitavam de um mecanismo para guardarem o seu ouro e outros metais preciosos em segurança, tendo os ourives assumido essa função por serem proprietários dos estabelecimentos mais seguros. O comerciante facultava em troca do depósito um título em papel com a quantidade deixada a seu cuidado inscrita naquela nota para que mais tarde o seu depositante pudesse resgatar o que aí tinha deixado.
A transformação da sociedade e do comércio, sobretudo impulsionados pelo nascimento da burguesia, colocou novos desafios ao manuseamento dos valores monetários da época, o que levou à urgência de encontrar soluções adequadas às necessidades do emergente capitalismo. Uma das estratégias utilizadas nesse sentido foi permitir que os bilhetes de montante fixo não fossem apenas missivas de levantamento do total, havendo a possibilidade de o seu detentor ir gastando parcelarmente a importância entregue no início através das letras de câmbio que o então banco Médici de Florença aceitava. As inegáveis vantagens que este método significava rapidamente foram reconhecidas pelas instituições bancárias e unidades de comércio, tendo demorado pouco tempo a ser visto (e usado) como um legítimo meio de pagamento.
Em meados do ano 1500, em Amesterdão, na Holanda, há também escritos que relatam algo similar: caixas (“cashiers”) receptoras dos valores de depositantes que posteriormente tinham ocasião de adicionar (depositar) ou subtrair (debitar) quantias ao montante colocado nos “cashiers” pela assinatura de documentos (cheques) firmados pelo proprietário do depósito.
Cédulas
As cédulas, designação pela qual eram analogamente conhecidos os primeiros bilhetes com montante fixo, acabaram por cair em desuso por volta de 1605, altura em que o Banco de Inglaterra começou a oferecer um bloco de títulos em branco aos seus clientes para que estes o preenchessem e usufruíssem livremente das verbas depositadas nas respectivas contas até ao limite nelas disponível. Esses papéis, em tudo idênticos aos cheques actuais, indicavam a quantia expressa na moeda local, a libra esterlina, correspondendo a uma forma simples de trocar metais precisos por divisa (notas e moedas) enquanto se conservavam aqueles em reservas salvaguardadas pelo Estado e bancos.