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Eu também quero um Ferrari

Saiba que querer é fácil e é o primeiro passo para obter.

A gestão das finanças pessoais nem sempre é fácil, especialmente quando se tem filhos pequenos.

Pois para além de requerem muito carinho e atenção, têm um impulso para o consumismo fora de série. Hoje vou partilhar uma situação particular.

Ensinar as coisas do dinheiro e das finanças pessoais às crianças não é tarefa fácil, a menos que se viva em dificuldade e que sintam na pele as amarguras da falta de capacidade e poder financeiro para as necessidades mais básicas. Regra geral as crianças não têm a mínima ideia do valor do dinheiro, mesmo com todos os exercícios que se possa fazer com elas.

A frase “eu também quero um  Ferrari” é muitas vezes pronunciada por mim cá em casa. Temos que mentalizar as crianças que nem tudo é possível. E se eu não tenho tudo o que quero por que razão eles têm (hão-de) de ter?

O pior é que a culpa deste consumismo por parte das crianças é quase sempre dos pais, pois querem sempre agradar e dar tudo do melhor aos seus rebentos, e criam príncipes que não sabem ouvir um não! Tem sempre de haver limites, pois caso contrário vai ser muito difícil satisfazer os seus desejos ao longo do seu crescimento.

À medida que as crianças crescem os seus brinquedos vão sendo cada vez mais pequenos e mais caros.

O meu caso (exemplo familiar)

Dar formação às crianças sobre o dinheiro e as finanças pessoais é um desafio, e é bom que seja encarado como tal. Vou dar um exemplo de como as crianças são espertas: O meu filho tem 7 anos e queria um Apple iPod que por acaso até baixou recentemente de preço, para 199 Euros. Um belo incentivo para motivar e explicar a poupança. Como ele possui 105 euros na sua carteira, pensou que poderia ser ele mesmo a comprar o dito objecto.

Veio ter comigo e disse-me que queria investir numa determinada acção da bolsa para multiplicar o dinheiro, quando lhe expliquei que isso poderia levar algum tempo, desistiu da ideia. Passados uns dias falei-lhe do propósito da sua poupança,  devido à necessidade de comprar uma outra coisa, ele respondeu-me: vou pedir ao Pai Natal o iPod e assim já não preciso de poupar.

Mais recentemente, disse-me que nunca tinha visto uma nota de 500 Euros ao vivo e que queria uma, quando eu lhe perguntei porque razão queria ele a nota. Ele explicou-me que assim já podia comprar o iPod! Eu também poderia dizer: eu também quero um iPhone.

Esta situação ilustra bem a pressão consumista que existe nos dias de hoje.

Se for dado a hipótese às crianças para gerir o seu dinheiro, fomentará a capacidade para tomar decisões, pois depressa se apercebem que se gastarem o dinheiro num coisa deixam de poder comprar outra. Outra técnica que utilizada para dar a percepção de valor aos meus filhos é a comparação. Colocava brinquedos diferentes desejados com valores simulares, para a balança ficar equilibrada e questionava: qual é que escolhia. Para aprender a efectuar escolhas pela sua própria cabeça.

A última iniciativa relacionada com as finanças pessoais foi assistir à peça de teatro “O homem mais rico da Babilónia” onde aprendeu tudo o que deveria saber sobre dinheiro. A peça foi o máximo, muito apreciada por todos, falar de dinheiro pode até ser divertido.

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