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Está a pensar em criar uma empresa? Atenção!

Cuidados a ter na criação de empresas. Alerta sobre pormenores da constituição de empresas em Portugal

sinais de perigoSou um forte adepto da criação de negócios e empresas de forma a obter rendimentos, contudo penso que seria escrever útil um artigo que alerte para os perigos financeiros da criação de empresas. A minha ideia não é desmotivar as pessoas, nem  desencorajar as pessoas a empreenderem, o objectivo deste artigo é despertar sentidos de modo pensar a poder concretizar as coisas porventura de forma diferente, mas ponderada de forma a atingir os resultados ambicionados. Eu gosto que as pessoas tenham sucesso.

Se existem desafios, existem de certeza formas de os superar. As coisas nem sempre são cor de rosa, existem muitos aspectos a ter em conta e que são vitais para o sucesso de um empreendimento, desde estratégia, localização, modelo de negócio, comunicação, etc.

Existem várias formas de fazer as coisas, de forma criar uma empresa rentável,a parte financeira existe uma certa homogeneidade,  os custos que afectam as empresas são quase sempre os mesmos: imóveis, os vários fornecedores. Os custos iniciais devem ser baixos e as responsabilidades financeiras assumidas devem ser pequenas. Pensar em grande é bom, mas se o financiamento e o risco está numa única entidade ou pessoa, deve-se ter muito cuidado.

Temos de ter os pés assentes na terra

A criação de uma empresa trás consigo vários benefícios, como pode ler no artigo 9 razões para abrir uma empresa, mas a constituição de uma empresa também pode também ser armadilha financeira, se houver desconhecimento e às vezes algum azar.

Muitas são as pessoas investem o seu património num negócio e depois perdem tudo, assim está bom de ver que existem pormenores a ter em conta que nem sempre são bem ponderados. Pessoalmente entendo que ninguém pretende levar uma empresa à falência, mas a realidade é cruel, infelizmente poucas são as empresas que sobrevivem mais de 2 anos. Isto é um problema, levando-me a defender os empresários, mesmo quando estes erram, a verdade é que sem estas pessoas, o emprego necessário para quem não se sente motivado para empreender não existe.

As dificuldades existem, vender nem sempre é uma tarefa fácil, pois muitos factores podem ser considerados e influênciam as vendas. Seja comercio puro ou prestação de serviços, as previsões baseadas “em nada”, (sem estudo mercado nem histórico de vendas ou conhecimento concreto dos resultados financeiros dos concorrentes) teimam em revelar-se na maioria das vezes altamente inflacionadas. Para resolver, esta questão fazer uma análise de sensibilidade às vendas pode ajudar. Corte 33% ou 50% nas vendas estimadas no plano de negócios, se mesmo assim os resultados forem positivos, é um bom sinal :-)

Cautelas, caldos de galinha e panos quentes nunca fizeram mal a ninguém

Ou o negócio é mesmo muito bom e possui uma rendibilidade elevada, ou os desafios para fazer sobreviver o negócio são maiores e teoricamente mais conhecimentos de gestão, fiscalidade, marketing são necessários para tornar o negócio apetecível.

Ter uma empresa é essencialmente pagar impostos e contribuições :-(

Para ilustrar o facto dos rendimentos provenientes de actividades empresariais serem altamente taxados através de IRC e posteriormente através de IRS, basta ver por exemplo uma empresa que possua 1000 de Lucro (Resultados do exercício) apenas uma pequena parte chega aos sócios. Primeiro esse valor terá de ser subtraído o IRC (25%) e a Derrama (normalmente 2,5%), podendo ainda existir despesas não aceites fiscalmente o que se traduz numa maior carga fiscal. De forma a simplificar vamos apenas considerar, 27,5% sobre o lucro. Assim dos 1000 ficamos com 725 Euros para distribuir pelos sócios ou sócio. Este valor ao entrar na esfera pessoal será tributado novamente, desta vez através de IRS, a taxa a aplicar dependerá do conjunto de rendimentos do agregado familiar, contudo se considerarmos a taxa de 28%, chegamos ao valor de 522 Euros. Resumindo e concluindo, dos 1000 Euros iniciais de lucro, chega apenas 52% aos sócios.

Não pode ser esquecida a taxa de 23,75% pago sobre o valor dos salários dos colaboradores.

Como nem tudo pode ser mau, existe forma de tirar partido da posse de uma firma, reduzindo a tributação de forma totalmente compreensível e legal. Mas este assunto fica para um novo artigo.

Um solução que se deve considerar e caso se aplique, será equacionar a figura jurídica de empresário em nome individual, vulgo ENI, como opção para a legalização do negócio.

Ideias de negócio “pouco boas”

Não se deve fazer considerações sobre ideias, mas a verdade é que por vezes existem negócios que estão talhados para o fracasso, e mesmo assim as pessoas avançam. O exemplo mais típico é abrir um café snack-bar ao lado de outro já existente, ou pior ainda, num local onde existem diversos cafés. Sem factores diferenciadores, lançar-se no negócio da restauração nos moldes anteriormente citados, é apenas para destruir os negócios das proximidades, e muito provavelmente trabalhar para retornos muito baixos.

Sem rendibilidades, os negócios não sobrevivem, assim é bom considerar este aspecto antes de iniciar o negócio. O ideal será criar negócios sustentáveis.

Nas empresas, as despesas estão sempre certas, vendas e as prestações de serviços, não.

Eu diria que se deve arriscar num negócio empresarial com os pés bem assentes na terra, com planos estruturados, ideias reflectidas e estratégias ponderadas. Pois se é verdade que “quem não arrisca não petisca”, também o é que “vale mais 1 pássaro na mão do que 2 a voar”.

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