História do Banco Internacional de Crédito
Artigo sobre a História do Banco Internacional de Crédito
Uma das instituições que funcionou sob a “requisitada” sigla BIC foi o Banco Internacional de Crédito do grupo financeiro Espírito Santo, tendo o seu nascimento sido uma das várias decisões tomadas conjuntamente com a Caisse Nationale de Crédit Agricole. Porém, anos antes do seu encerramento esta subsidiária do BES já tinha perdido bastante fulgor e volume de negócio para outras entidades, tendo-se ficado pela manutenção da carteira anteriormente adquirida, mas pouco desenvolvida desde então.
Fundado em 1986, o BIC assinalou nesse ano o regresso definitivo da “casa-mãe” (BES) a Portugal, na sequência de uma descontinuada actividade prévia, cujo objectivo iria de encontro à estratégia fundamental da empresa à data, a expansão consistente nos mercados em que investia tempo, recursos e sobretudo capital. Após uma boa fase de captação de clientes, as condições oferecidas deixaram de ser suficientemente atractivas em relação à sua concorrência mais directa, reduzindo assim as possibilidades de (re)conquistar requerentes e ditando consequentemente o fecho de portas.
Embora os resultados não tenham sido animadores, o Banco Internacional de Crédito decidiu escolher um caminho diferente do habitual, optando pela criação de um lote de produtos e serviços homogeneizados com o seu gestor, o BES, abrindo caminho a uma nova estratégia, absolutamente inédita no país até àquele momento.
Com uma aposta reflectida sobretudo no sector dos particulares, o BIC tinha conseguido em 1997 um volume de negócio assinalável, distinguindo-se essencialmente pela adopção de políticas internas que estimulavam a cooperação de longo prazo com os clientes. Alguns destes chegaram a subscrever préstimos da empresa-mãe, funcionando desta forma como um trunfo duplo, tendo permitido àqueles primeiros permanecerem clientes do BES após o encerramento do Banco Internacional de Crédito.
Ainda que concentrado no segmento de particulares, o BIC chegou a conseguir uma notável expansão junto dos colectivos, sobretudo das pequenas e médias empresas (PME), possuidoras de menor capacidade financeira, mas que graças às condições oferecidas pelo Banco Internacional de Crédito podiam ver os seus projectos concretizados e os investimentos mais difíceis facilitados.
O retorno obtido pela entidade ao longo dos anos não foi, contudo, suficiente para a continuidade da mesma, tendo os clientes sido progressivamente transferidos para outras entidades do grupo Espírito Santo, por vontade própria ou incentivo dos gestores privados do BIC, numa (provável) tentativa de aglomerar os recursos solicitados numa só empresa. Esta é, aliás, uma propensão que se tem verificado no mercado lusitano em geral desde o começo das fusões e aquisições de instituições em alegadas dificuldades, catapultadas nos últimos cinco anos, em Portugal.
